sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Devaneio na boca


"Na boca, na boca!" (Manuel Bandeira)

Quero morrer de tiro levado
Tiro bem dado de lança ligeira
Arma certeira, veneno que injeta
Ponta de seta a furar corrente

Quero, depois, que a corrente me leve
Sou destemida, meu bote é de aço
Não enferrujo, não quebro nem rasgo
Naufrago barato no curso do rio

Quero uma vida (depois dessa outra)
Co'a mesma voragem o igual turbilhão
Me deixo fugir, não preciso ser solta
Da cela em que a seta me encarcerou

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