domingo, 4 de janeiro de 2009

Da série Ah, a academia!

Duas pendências me deixaram de molho na capital durante este início das férias escolares. A primeira, obviamente, foi a falta de grana; outra, a segunda fase da Fuvest. Presto agora, graduada em Letras, História.
Hoje foi dia da prova de Língua Portuguesa, na qual passei cerca de vinte e oito minutos procurando lembrar qual é o nome do autor de Canção do Exílio. Me vieram à memória as versões do Seno e Cosseno que o Empadinha ensinou no colegial, a do Oswald de Andrade, Antonio Carlos de Brito, Murilo Mendes, Drummond.
O que, em primeiro lugar, fiz ao sair da Escola Politécnica, onde realizei o teste, foi acender um cigarro. Em seguida, liguei pra minha mãe e perguntei se “quem disse que minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá e as aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá foi o Gonçalves Dias?”. Meio reticente, respondeu que sim.
Chupa, Fuvest!

4 comentários:

  1. Hahahahaha!

    E gaturamos de Veneza em pessegueiros da Califórnia foi o Murilo Mendes.

    (da série: pra não esquecer)

    Boa sorte, Chicorinha.

    R.

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  2. Boa sorte nos seus exames vestibulares. Parabéns por ser formada em letras. Vê-se - ou melhor, "lê-se" - que você escreve com estilo e, mais importante, com amor...paixão até. Parabéns por querer História. Eu adoro História, mas consegui superar minha necessidade psicológica de ser "academicamente formado por uma universidade em", no caso dessa disciplina. Ainda não no caso da minha área-mãe. Depois de uma licenciatura, um bacharelado e um mestrado em matemática, vivo pensando em como farei com o doutorado. E nunca esqueço dos 60% que já tenho pronto da licenciatura em física.

    Também tenho padecido com a "falta de grana" nessas férias - e não só nessas. Inda mais agora que obstinei na idéia de mês que vem comprar meu carro 0km, simplesmente pra poder ir trabalhar melhor, pois não aguento mais dois onibus todas as noites.

    Recentemente adquiri a trilogia Memórias, Quincas e Dom, do Machado (Edição de bolso é claro $$$). Gostaria de poder lê-los e ter com quem comentar... Mas não somente estes. Acabei de ler o Werther, vou começar as Cidades Invisíveis do Calvino e o Coração das Trevas do Conrad....Dostoievsky, Borges, Kafka, Hemingway e o genial Graciliano, com seu genial São Bernardo e seu personagem genial: Padilha...

    Acompanho tua escrita. Adoro-a. Mas discordo radicalmente do seu esquerdismo, que a mim é sugerido pela atmosfera de revolta e pelas indicações de blogs. Também confesso que tenho dificuladade com teus "haikais" (que não sei se todos tem 17 sílabas, pois não contei e nem acho que seja necessário...), mas também sinto que eles não foram postados justamente pra que eu compreendesse. E, sendo assim, admiro os seu mistério poético acentuado pela origem fêmea. Sinceramente, lendo seus textos me sinto diante de uma grande escritora, uma espécie de grande talento: possibilidade de Lispector brasiliana...(e judia! Shalom!)

    Grande abraço e desejos de Boa Sorte no vestibular,
    O Menino Perdido.

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  3. Agradeço a ambos os bons desejos.
    Embora meu desempenho hoje, na prova de Geografia, não tenha sido lá uma maravilha, acredito que dê pra entrar. Positivo ou negativo, conto por essas bandas qual foi o resultado, assim que a Fuvest divulgar a lista de aprovados.
    Menino Perdido, sinta-se à vontade pra comentar suas leituras nesta Pobre Rima. Machado de Assis, Goethe e todo o cânone literário merecem também uma espinafrada aqui.
    Quanto à acusação da qual sou ré, há algum poemetinho a ser publicado em breve.

    Cê.

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  4. "Mas discordo radicalmente do seu esquerdismo, que a mim é sugerido pela atmosfera de revolta e pelas indicações de blogs".

    Sem querer projetar a crítica ao indivíduo que direcionou essa crítica sobre a sua "queda" ao esquerdismo...

    Existe um grande desentendimento entre "A Esquerda" e "a esquerda".

    A primeira, é a famosa comedora de criancinhas, já saiu na Veja, IstoÉ, Jornal Nacional e toda a enxurrada de groselha provocada pela mídia "imparcial" e "inofensiva", já que é o indivíduo que OPTA acreditar nelas ou não, não é assim que funciona a débil imparcialidade?!

    A segunda, fruto da "boa" e "pura" cognição humana, da busca por real liberdade (cuidado de si, cuidado do coletivo, etc, sempre intrínsecos e interdisciplonares), da busca pela caridade para com a humanidade desfavorecida. Esta última isenta de dogmas cri$tãos, é claro! Como, por exemplo, auto-salvamento para o "além", sentimento de culpa e martírio ou "dó" pela situação grotesca em que se encontram os desfavorecidos..

    Se houver algum erro de português, desculpe-me! Queimei meu diploma acadêmico, aos 22 anos, no sexto período de (ou da dogmática) História.

    E como observador, estou fora do meio para dar opiniões e deixar o assunto sempre "relativo".. Porque seria muito injusto deixar só para quem "pode" comentar o assunto né?! Quem não tem diploma também tem opinião.

    Ahhh se toda a classe média (mídia, mediana) pensasse assim... Mas rebanhismo não é comigo!

    Parabéns, tardiamente, pelo seu ingresso ao "mundo do conhecimento" (sem ironia quanto a sua pessoa, só pra deixar claro! hehe).

    Beijão C.

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