Dedicamos esse cordel
Aos nossos inspiradores
Os da terra e os do céu
E aos nossos professores
O jardim estava feio
Uma feiúra de dar dó
Mas a turma da EJA veio
Se uniu numa força só
Quando andava no jardim,
Eu olhava e não gostava
As plantas murchas no capim
Dança da poda começava
A poda é necessária
Para a planta renovar
Tem que ter adubo e área
Para o jardim respirar
A professora Clotildes
É uma moça inteligente
Veio com seu jeito humilde
Para orientar a gente
Os alunos e os professores
Juntos num encanto só
Plantaram, regaram as flores
Uma belezura só
Começamos a limpeza
Precisamos ajudar
Mulheres com sua beleza
Os homens pra reclamar
Junta pau, junta madeira
Para o lixeiro levar
Varre pra tirar a poeira
E o almoço começar
Na cozinha a Cristina
Só pensava em rebolar
“Lu”, gritou logo a menina
“O molho vai acabar”!
Macarrão estava pronto
Molho branco e avermelhado
Era meio-dia em ponto
Todo mundo enfileirado
Crianças foram servidas
E os adultos apressados
Enche o prato de comida
Pra deixar o bucho inchado
Na hora de lavar prato
Procurava e não achava
A Carol gritou no ato
E ela mesmo não lavava
Vinicius chegou atrasado
Com desculpa esfarrapada
Eita, homem azarado
No carro deu uma porrada
Na hora do nosso almoço
Desfalque, teve um só
Wilson roeu o osso
E acabou virando pó
Já que falamos em pó
Nesse dia do jardim
Cafezinho bom que só
Fez o Edson Quindim
Edilaine, professorinha
Com seu jeitinho inocente
Com sua história de bruxinha
Surpreendeu muita gente
Jane não trouxe peteca
Trouxe os filhos pra ajudar
Mas a criançada sapeca
Só queria era brincar
Brincadeira divertida
O mosaico sendo feito
A lajota foi moída
Trabalho saiu perfeito
Zé Cabral e Edmilson
Mexiam a argamassa
Sebastião e Wilson
Sentados fazendo graça
Deu um trabalhão danado
Quis sair em Disparada
Que trabalho complicado
Manter a voz afinada
Quando chega na “boiada”
O Adão se atrapalha
Todos caem na gargalhada
Jane e Lu corrigem a falha
Jane com suas invenções
Os alunos enlouqueceu
Com muitos, vários puxões
O teatro aconteceu
Já passava lá das sete
Professores não chegaram
Célia gritou para Bete
“Vê se todos assinaram”!
A turma foi dividida
Termo um, dois, sala oito
E a bagunça reunida
Aribaldo fica afoito
Dia da feira cultural
O mundo fantasiado
Foice, marmita e pau,
E o coral fica afinado
No teatro lá na feira
Todo mundo arrumado
Jane organizou a fileira
Uns de branco, outros drogados
Depois da apresentação
Todo mundo emocionado
Carol chorava no chão
Lázara do outro lado
E esse é o final do cordel
Dos alunos da sala nove
O povo não vai pro céu
Muito menos se comove
Se você não acreditou
Na força da nossa turma
Agora a gente já editou
Você lê, relaxe e durma!
(Alunos e alunas da EJA - Termo III - na E.M. Elza Marreiro Medina, em Embu das Artes, no ano de 2007)
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Delicia de cordel! A turma tá de parabéns! Acertaram em cheio!
ResponderExcluirAbraços!