sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

GENTE PORRETA UNIDA NUMA IDEIA SÓ

Dedicamos esse cordel
Aos nossos inspiradores
Os da terra e os do céu
E aos nossos professores


O jardim estava feio
Uma feiúra de dar dó
Mas a turma da EJA veio
Se uniu numa força só

Quando andava no jardim,
Eu olhava e não gostava
As plantas murchas no capim
Dança da poda começava

A poda é necessária
Para a planta renovar
Tem que ter adubo e área
Para o jardim respirar

A professora Clotildes
É uma moça inteligente
Veio com seu jeito humilde
Para orientar a gente

Os alunos e os professores
Juntos num encanto só
Plantaram, regaram as flores
Uma belezura só

Começamos a limpeza
Precisamos ajudar
Mulheres com sua beleza
Os homens pra reclamar

Junta pau, junta madeira
Para o lixeiro levar
Varre pra tirar a poeira
E o almoço começar

Na cozinha a Cristina
Só pensava em rebolar
“Lu”, gritou logo a menina
“O molho vai acabar”!

Macarrão estava pronto
Molho branco e avermelhado
Era meio-dia em ponto
Todo mundo enfileirado

Crianças foram servidas
E os adultos apressados
Enche o prato de comida
Pra deixar o bucho inchado

Na hora de lavar prato
Procurava e não achava
A Carol gritou no ato
E ela mesmo não lavava

Vinicius chegou atrasado
Com desculpa esfarrapada
Eita, homem azarado
No carro deu uma porrada

Na hora do nosso almoço
Desfalque, teve um só
Wilson roeu o osso
E acabou virando pó

Já que falamos em pó
Nesse dia do jardim
Cafezinho bom que só
Fez o Edson Quindim

Edilaine, professorinha
Com seu jeitinho inocente
Com sua história de bruxinha
Surpreendeu muita gente

Jane não trouxe peteca
Trouxe os filhos pra ajudar
Mas a criançada sapeca
Só queria era brincar

Brincadeira divertida
O mosaico sendo feito
A lajota foi moída
Trabalho saiu perfeito

Zé Cabral e Edmilson
Mexiam a argamassa
Sebastião e Wilson
Sentados fazendo graça

Deu um trabalhão danado
Quis sair em Disparada
Que trabalho complicado
Manter a voz afinada

Quando chega na “boiada”
O Adão se atrapalha
Todos caem na gargalhada
Jane e Lu corrigem a falha

Jane com suas invenções
Os alunos enlouqueceu
Com muitos, vários puxões
O teatro aconteceu

Já passava lá das sete
Professores não chegaram
Célia gritou para Bete
“Vê se todos assinaram”!

A turma foi dividida
Termo um, dois, sala oito
E a bagunça reunida
Aribaldo fica afoito

Dia da feira cultural
O mundo fantasiado
Foice, marmita e pau,
E o coral fica afinado

No teatro lá na feira
Todo mundo arrumado
Jane organizou a fileira
Uns de branco, outros drogados

Depois da apresentação
Todo mundo emocionado
Carol chorava no chão
Lázara do outro lado

E esse é o final do cordel
Dos alunos da sala nove
O povo não vai pro céu
Muito menos se comove

Se você não acreditou
Na força da nossa turma
Agora a gente já editou
Você lê, relaxe e durma!


(Alunos e alunas da EJA - Termo III - na E.M. Elza Marreiro Medina, em Embu das Artes, no ano de 2007)

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